29 de ago. de 2011

A memória e a história, tecendo sensibilidades

Fazia frio em Francisco Beltrão no dia da formação. O grupo dos professores de literatura se esquentava com chimarrão. Essa herança da cultura sulista está presente em várias cidades do interior do Paraná. Em vez de água se toma mate. Pois é, não há frio que resista ao mate... e uma roda de histórias.

 A voz poética despertou a memória. A história de cada um reforça a identidade do sujeito narrador. Dela surgem vestígios de um passado distante, vozes ancestrais que um dia lhe contaram uma história.                                                                      
Talvez o tataravô do tataravô a tenha ouvido e, nesse momento, vestígios genéticos se agitam no íntimo do seu ser, afirmando que aquela cena já foi sua. Logo depois, outra lembrança insiste em se tornar real. Alguém... Pai, mãe, avô, avó, quem? Quem ouviu essa história primeira, deitado na cama após o chá de capim-limão? Não importa, sem dúvida. Quando se acordam essas lembranças e se compartilha com os companheiros de roda, preserva-se não só a própria história, como se fortalece os laços que unem os sujeitos. 
E foi assim, no dia chuvoso e frio. Saímos com a alma aquecida. O bom de lidar com a literatura é que o trabalho sempre tem gosto de diversão e arte.

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