24 de nov. de 2011

Contando Histórias...em Dourados

23/11/2011 13h00


Contando Histórias...
Cléo Busatto traz a Dourados a magia da arte de contar histórias e encantar todos os públicos

Do Progresso

Conduzir o público pelos caminhos do encantamento, dos sonhos,de uma viagem a qualquer lugar sem sair de lugar algum... Assim é o cotidiano da escritora e contadora de histórias Cléo Busatto, que está em Dourados para participar da programação dos 40 anos do curso de Letras da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Ontem ela esteve na abertura do evento proferindo a palestra “A Leitura Literária – promoção e formação de mediadores”.

Escritora e contadora de histórias Cléo Busatto
(Foto: Divulgação)

Hoje e amanhã, nos períodos matutino e vespertino, Cléo vai ministrar na Faculdade de Comunicação de Artes e Letras (Facale), unidade II da UFGD, o minicurso “Contar e Encantar: A Arte de Contar e Ouvir Histórias”. As inscrições já estão encerradas. O objetivo é propor uma reflexão sobre os caminhos da arte de contar histórias, a partir da ideia de que alguns contos são educativos, pois ao abordar uma realidade simbólica atuam sob diferentes dimensões e fornecem múltiplas leituras e compreensão.
Na sexta-feira, Cléo fará a partir das 19h30, com entrada franca, no anfiteatro da unidade II, a palestra “Contar e Encantar - Pequenos Segredos da Narrativa”. Este também é o título de um dos seus quatro livros que abordam o tema narração oral e oralidade.
No próximo sábado, ás 8h, Cléo Busatto estará oferecendo uma oficina de Contação de Histórias, no Cine auditório da UFGD, unidade I. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas na Coordenadoria de Cultura da Universidade e na Secretaria Municipal de Educação de Dourados (Semed).
Estão sendo oferecidas 10 vagas para a comunidade e 20 vagas para professores da Rede Municipal. A oficina terá duração de oito horas. É uma promoção do Ponto de Cultura Todas as Idades/Instituto para o Desenvolvimento da Arte e da Cultura (Idac), em parceria com a UFGD e Semed. Informações podem ser obtidas na Coordenadoria, rua João Rosa Gões, 1761, Vila Progresso, telefone (67) 3410-2877.
Emoções
Cléo Busatto é escritora e contadora de histórias. Mestre em Teoria Literária pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Pesquisadora transdisciplinar formada pelo Cetrans. Como mediadora em projetos sobre oralidade, capacitou cerca de 50.000 pessoas e suas histórias já foram ouvidas por mais de 75.000. É autora de 19 obras, entre livros e CD-Roms.
Em 2002, publicou seu primeiro livro infantil “Dorminhoco”; “Contos e Encantos dos 4 Cantos do Mundo” (2003); “Coleção Criança Segura, 3 Volumes (2004); “Pedro e o Cruzeiro do Sul (2006); “Paiquerê, o Paraíso dos Kaingang (2009); “O Florista e a Gata” (2010); “Histórias de Quem Conta Histórias” (2010). Suas obras fazem parte de programas de leitura e catálogos internacionais, como o Bologna Children’s Book Fair.
Tem quatro obras técnicas sobre o tema: “Contar e Encantar – Pequenos Segredos da Narrativa” (2003); “A Arte de Contar Histórias no Século XXI – Tradição e Ciberespaço” (2006); “Práticas de Oralidade na Sala de Aula” (2010) e “O Fio da História (2011). Produziu quatro CD-Roms: “Contos e Encantos dos 4 Cantos do Mundo” (2001); “Lendas Brasileiras (2005); “Nos Campos do Paiquerê (2006) e “Formosos Monstros” (2010).
Cléo trabalha em suas oficinas e minicursos, três eixos que considera fundamentais para que a narrativa envolva o ouvinte: ritmo, intenção e imagens.
“Contar histórias implica em disponibilidade e generosidade por parte do narrador. A narrativa bem conduzida abre a possibilidade do espectador criar sua própria história, a partir dos elementos que lhe são oferecidos. Por isto que é importante se valer de alguns critérios, como a escolha de textos de reconhecido valor literário, que priorizem as imagens, propõem acordos ficcionais e poéticos, ampliem o universo do leitor e possibilitem o contato com seu mundo interior”, argumenta, observando que estudos psicológicos comprovam que o ato das mães contarem histórias desde a gestação passando pela tenra idade, estabelece vínculos para que o crescimento seja saudável na formação educacional, psíquica e cidadã do indivíduo.

19 de nov. de 2011

Palmas do Tocantins



Palmas, coração do Brasil. Cerrado virando floresta. É quente. Torra os miolos, amolece o juízo. É Norte. Dimensiona nossa pequenez. 
Negra índia mameluco. Tem sabor de fruta ardida, pequi. É ampla. Tem a imensidão do universo contida numa corriqueira flor amarela. Ela faz diferença.
Aqui o II Festival de Causos e Poesia Declamada, promovido pelo SESC Palmas. Na semi-final, cinco representantes de cada categoria concorrem no dia 19 a etapa final. Eu estarei no juri para selecionar os vencedores. Uia! Que responsabilidade.
Logo eu que treino meu olhar para ver o que cada um carrega de mais precioso. Afinal, somos todos portadores de beleza. 

Agostinho Seringueiro, finalista na categoria Poema.

14 de nov. de 2011

Titicaca, um mestre


O Titicaca encanta e desconcerta. Viver sobre um chão de totora trançada sob um lago de 200 metros de profundidade não é pra qualquer espírito. É preciso desapego e amor pelas águas e por Mamma Kotta, a mamma del lago, a divindade que os protege, naquela imensidão de água doce. Os povos do lago sabem disso.
- Nossos avós já sabiam que há muitos mistérios em Uros e que não se pode viver ali. Por isso agradecemos a Mamma Kotta, pedimos proteção e permissão para viver nela. Temos muito respeito por Mamma Kotta.

Assim fala Rita, uma moça linda de olhos negros e brilhantes, sorriso aberto e com muitas histórias pra contar, tal como seus avós, os contadores de histórias do seu povo. Ela veio a mim como um presente da deusa. Rita é uma das moradoras das ilhas flutuantes de Uros. Na sua comunidade, Chantati, vivem seis famílias. Ela ocupa a função de regidora, a representante das mulheres de Uros.

Rita fala com entusiasmo da sua casa, as plataformas de junco do Titicaca, onde nasceu e pretende ficar. Como está acostumada com o pisar macio da esteira flutuante, andar na terra lhe cansa muito. Contou que numa ocasião foi visitar Taquile, outra ilha do lago, porém de terra e, que após atravessar dois montes já não tinha forças. Estranhou o lugar e tinha necessidade de ver a água de perto e tocar as totoras, o junco que lhes serve de chão, matéria prima da casa e dos barcos que os conduzem a outros sítios, nessa região inóspita e de ar rarefeito, a quase 4.000 metros acima do nível do mar. Saudade de tocar a totora, sua comida e combustível pro fogo.

- O lago nos dá força e energia. Eu não poderia viver na terra. Para mim é uma graça, meus pais terem me dado à luz em meio ao lago. É uma emoção única dormir e despertar com as aves, vendo as estrelas, o céu azul, acordar com o sol.  Para mim é o paraíso.

E as crianças? Elas brincam nesse pedacinho de chão dourado e quando se trata de estudar são iguais às outras crianças do mundo, deixam as tarefas escolares pra última hora e muitas vezes resolvem isso no caminho, ou seja, no barco que as leva até a escola, também no lago. Pequeninas e já enfrentado o Titicaca. Há que se ter coragem para vicejar no Titicaca. 

1 de nov. de 2011

História para reinventar a vida


Uma seleção de contos da literatura oral que falam sobre a possibilidade da gente se reinventar, tornar nossa vida melhor e fazer do mundo um bom lugar pra se viver. Apresentação no dia 3 de novembro, as 9h30 no Festival Literário de São José dos Pinhais e Região Metropolitana, na Praça 8 de janeiro, centro de São José.

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