23 de mai. de 2010

Inclusão digital com os Formosos Monstros



Estive com um grupo de crianças, na faixa de 8 a 13 anos, pesquisando as possibilidades da mídia Formosos Monstros, no espaço Internet Livre do Sesc Carmo-SP. Essa tecnologia é um jogo, onde a criança poderá conhecer os monstros da mitologia universal. Para isso ela deve vencer alguns desafios. Ao superar uma etapa do jogo, ela entra num novo cenário e conhece um novo monstro, seja do Brasil ou da Oceania.

Cada cenário é palco de descobertas sobre cultura e oferece condições, para se exercitar a generosidade e a paciência. Observamos que as crianças estão acostumadas com games de que priorizam a iteratividade e não a interatividade. Como observou Soraya, coordenadora do programa Curumim,  "eles estão habituados ao PlayStation. Lá se clica várias teclas ao mesmo tempo e com muita rapidez". E, inicialmente, a mídia causou estranheza, porque para interagir eles precisavam parar, ler, pensar, buscar ajuda, ouvir. Habilidades que não são muito exploradas nos games


Vencida a primeira etapa que é a familiarização com a arquitetura do jogo surgiu o prazer. A chegada a um novo cenário era comemorada. Vibravam "conseguiiii". As crianças que jogavam em duplas compartilhavam as descobertas, ajudavam-se mutuamente e praticavam a solidariedade. Os mais afoitos e pouco chegados à leitura paravam direto no limbo, espaço do Ceifador, criatura implacável. Se o jogador não tiver o que ele pedir; não tiver praticado uma boa ação, o que equivale a vida, cai fora do jogo e deve começar de novo.
No fim foi uma festa e a certeza de que, as novas tecnologias carregam possibilidades lúdicas e educativas, e provocam o encantamento e a expansão das possibilidades do sujeito.




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