23 de ago. de 2010

As histórias e a sensação de pertencimento

Sabe quando a gente tem a sensação de pertencer a algo maior, como se aquilo que estivesse vivenciando fizesse parte de um movimento que transcende o visível, perpassa o cotidiano e nos aproxima dos mistérios da vida? Pois é. Determinadas coisas nos levam a essa experiência única, que por um instante nos arranca de uma existência autocentrada e nos transporta para uma dimensão meio mágica, meio irreal no sentido de tangível, mas ainda assim profundamente verdadeira.

Algumas histórias têm esse poder de transpassar os limites do nosso mundo pessoal fundado em dores e alegrias e nos introduzir na universalidade das vivências e dos sentimentos humanos. Por meio delas descobrimos que amor e ódio, angústia e contentamento, sacrifício e coragem, crueldade e compaixão não são privilégios de uma época ou cultura, nem benção tampouco maldição. Elas nos recordam que a busca por uma vida de paz, livre de conflitos e sofrimentos não é prerrogativa de uns poucos, mas se estende à condição humana.

Essas histórias existem e são necessárias para a nossa integridade emocional e espiritual, por que trazem a percepção de pertencimento, onde nos damos conta que não somos os únicos a ser afetado pelas coisas do mundo. Essa clareza nos devolve o centro e redimensiona o sentido da existência. Eis uma das funções da boa literatura. É a linguagem simbólica que chega à alma do leitor.


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