31 de out. de 2011
Pequeno livro de poemas para vestir bem
Na beira do Guajará vive uma morena que escreve versos com tinta branca e tem um sorriso que parece lua cheia. Quando recebo carta dela é uma alegria, por que vem poesia. É quando ela aumenta o volume da palavra só para fazer ruído térmico no ouvido do leitor. E leio
Madame Homero.
Dei à ela uma cadeira de balanço,
uma roda de crianças
e um tabuleiro de Grimm e Perrault...
E ela me deu sua moeda mais valiosa.
Ergueu os braços como se fosse voar,
fez gestos largos como se fosse me abraçar,
e do seu coração embrasado
fez soprar histórias para ninar e acordar.
E foi assim que ela entrou na minha casa
com sua numerosa família
e todos os e noites faz nascer em mim
a Mulher-Sol e o Homem-Lua.
Leio, não, saboreio como se faz com fruta suculenta, vinho fino, ambrosia e outras especiarias, cada rima de Pequeno livro de poemas para vestir bem. Poesia assim tem gosto bom. E a palavra-imagem de Giselle Ribeiro escorre para dentro da gente, fácil, macia, ternura só. Deixa ela falar e ativar o sagrado em nós. É pra isso que existe o o poeta.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
-
Livro selecionado para o PLND 2013 - Obras complementares. Arte minha, da Claudia Ribeiro Mesquita, Graziela Costa Pinto e Flávio Fa...
-
Hoje, eu gostaria de falar da contação de histórias, porém ancorada no suporte digital. Tem disso também. Na contemporaneidade, ela se afirm...
-
Era véspera de Natal. Os três andavam pela estrada vazia. O pai, a mãe e a filha. Caminhavam sem rumo, mãos dadas. Não tinham casa, se...
Arquivo do blog
Marcadores
- amor
- arte
- Brasil
- CD-ROM
- cidade
- conto mínimo
- criança
- Curitiba
- educação
- entrevista
- espetáculo
- florista
- formosos monstros
- gato
- inclusão digital
- internet
- leitor
- livro
- manifesto do contador de histórias
- memória
- mitologia
- mundo
- narração oral de histórias
- oralidade
- performance
- sagrado
- sentido
- sonho
- tempo
- transdisciplinaridade
Nenhum comentário:
Postar um comentário