22 de dez. de 2011

O Menino e sua Luz


Domingo, 18. Animada com o sol que apareceu por aqui fui andar. Ainda não havia escrito o boletim de dezembro, e a Carla perguntando, não vai enviar? Cheguei mesmo a pensar que não enviaria. Eu me via com pouco tempo pra pensar nele. Tempo de fora e tempo de dentro. Mas logo esse? E as pessoas que gostam do que escrevo? Eu não lhes deixaria meu presente? Não lhes desejaria feliz Natal?
Confesso que o apelo comercial de final de ano me desagrada. Esse tal de compra compra compra ... corre corre corre ... me tira do eixo. Esforço-me pra manter a harmonia, pois as energias do entorno tentam demover-me do centro, pra colocar-me no movimento periférico do coletivo. É um momento de fragilidade, muito por que aniversario no início do ano. Digo que estou fechada pra balanço. Ainda assim me misturei e tudo estava turvo.
Hoje o sol mostrou o caminho. Pedi luz e minha alma acendeu-se, tocada pela estrela de Belém, e ela disse, fale sobre o nascimento do Menino e seu significado. Quando jovem fiz uma escolha, nada fácil, mas a verdadeira naquele instante da minha vida. Abdiquei de ser mãe. Mesmo que a sociedade me cobrasse pela maternidade, como se só ela validasse a condição do meu feminino, mantive-me fiel ao meu espírito, com a sapiência, ainda que frágil, que eu poderia exercer a amorosidade e o acolhimento, qualidades do maternal, em diversas situações, embora não fosse gerando um filho no meu ventre. E foram vários nascimentos.
E agora, que o Menino está pra chegar, Ele me lembra de que nasceu em mim muitas vezes, e nasce sempre que crio uma história e a ofereço pros tantos meninos espalhados pela terra. Nasce, cada vez que um deles sorri e me abraça. Quando comungo com os mistérios de todos os nascimentos, seja de uma flor, seja de uma criança. E a cada ano, nessa data, Ele renasce ao me lembrar de que o amor é o caminho que me leva pra casa e que a Luz sempre retorna.

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