27 de fev. de 2010

Paiquerê

Paiquerê é o paraíso. Todos sabem disso. Sabem que os campos do Paiquerê são belos e férteis, banhados por riachos que correm sobre seixos brancos. Fica lá, entre os vales do rio Ivaí, Piquirí e Iguaçú. É no Paiquerê que mora o lobo-guará de pelo dourado, o capim-gordura, as pitangas vermelhas, os urus, maracanãs e os pinheiros, a casa da gralha azul.

O Paiquerê é como a felicidade. Todos querem encontrá-lo, mas poucos conseguem. O Paiquerê está em toda parte e em parte alguma. Para quem não tem cobiça, ele se mostra como um lugar farto em frutas, luminoso e acolhedor.

Fica nas terras altas, bem pertinho do céu. Lá, as águas são mansas e a terra tem seu chão enfeitado pelas flores amarelas do ipê. É no Paiquerê que vão descansar as almas dos guerreiros e dos pajés.

Os índios contavam para o homem branco, como era o Paiquerê. Indicavam o caminho que levava até ele, mas para o aventureiro,ávido apenas por tesouros, o Paiquerê se escondia e o homem branco se perdia no sertão.

O Paiquerê é assim. Só se deixa ver por quem sabe admirá-lo e respeitá-lo.
Assim é o Paiquerê, o paraíso dos Kaingang.

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