28 de mai. de 2012

As histórias e a cultura de paz

espetáculo Paiquerê Piquiri Fiietó

Quando me pergunto, por que eu conto histórias, digo que é (também) para fomentar a prática e ampliar o universo dos agentes de encantamento. Acho mesmo que o mundo está precisando disso. Se a gente viver com mais entusiasmo, celebrando a vida, se alimentado de enlevo, harmonia e equilíbrio emocional, coisa ruim como violência, desrespeito, desamor, passam longe e a gente consegue ir criando um mundo mais justo. Penso que é por aí. Eu caminho pela senda da subjetividade útil.

21 de mai. de 2012

Desconstruindo o medo


  
   Certa vez fui a uma escola de educação infantil contar lendas brasileiras. Entre elas a história do Papa-Figo, monstrengo herdado da tradição oral africana, um devorador do fígado das crianças mentirosas. Com uma narração lúdica e bem humorada, o conto se encaixou entre outros mais conhecidos, como Caipora e Cobra Norato. No final da apresentação, algumas crianças exorcizaram o medo me enfrentando ao dizer:
   - O Papa-Figo vai comer o teu fígado. O Papa-Figo vai comer o teu fígado.
   Eu me diverti com a argúcia dos pequenos, afinal eu contei uma mentira para eles, Papo-Figo não existe. Ao voltar à escola, a diretora comentou que no dia seguinte, várias mães reclamaram do programa narrativo, pois seus filhos ficaram com medo e não quiseram dormir de luz apagada. Na época, dez anos atrás, discorri sobre a importância dos contos na formação da criança e as possibilidades que eles abrem para se lidar com os afetos.
   Os Irmãos Grimm têm um conto que aborda esse tema. Chama-se O rapaz que saiu em busca do medo. O personagem quer experimentar esta sensação de que todos falam, mas que ele não conhece. É assim que as histórias nos preparam para a vida e nos oferecem a possibilidade de reconhecer os sentimentos por meio da sua linguagem fantasiosa. Não identificar esta qualidade dos contos significa deixar escoar pelos dedos uma rica possibilidade de aprendizagem.
   Também sugeri a retomada do tema moldando em argila o monstro que coabitava a cama das crianças, para em seguida desconstruí-lo. Essa é uma abordagem para lidar com afetos difíceis. Assumir sua presença e o desconforto que eles provocam. Impedir que a criança conviva com o medo só irá inibi-la de descobrir a coragem, pois só saberemos de um ao experimentar o outro. Ao sufocar o medo e demais sentimentos dessa natureza, apenas lhes conferimos mais poder. Mais acertado seria aceitá-los como condição do momento, trazê-los para perto e sentir o que eles têm a dizer. E no tempo certo deixá-los ir, cientes de que não fazem mais sentido. Acolher a complexidade dos afetos humanos é se educar para ser livre e ampliar a consciência sobre si mesmo.

20 de mai. de 2012

Workshop ensina a arte da narrativa

Cléo Busatto: contação é útil a diversas áreas de atuação

CCaderno G - Gazeta do Povo  

ORALIDADE
Workshop ensina a arte da narrativa
Publicado em 19/05/2012 YURI AL’HANATI


Saber contar uma história é, principalmente, saber apresentar o texto falado. A arte da narrativa e da apresentação textual é o foco do workshop Contar e Encantar: A Arte de Contar e Ouvir Histórias, que acontece hoje, das 9 às 18 horas, e domingo, das 9 às 13 horas no espaço Paz e Bem, no Bigorrilho. Ministrado pela escritora, especialista em literatura infantojuvenil e contadora de histórias Cléo Busatto, o curso baseia-se principalmente em seu livro Contar e Encantar – Pequenos Segredos da Narrativa, que serve de referência para a formação de narradores.
Mais do que contadores de histórias e profissionais do público infantojuvenil, Cléo afirma que a utilidade do curso se estende a todos os que dependem da palavra falada como instrumento de trabalho. “Quem utiliza a fala estética, de certa forma, se beneficia com a técnica da contação. Desde o professor, o advogado até profissionais da área corporativa. Saber apresentar o texto é saber torná-lo convincente”.
Para isso, a escritora divide seu workshop em quatro módulos, em que explica a estrutura oral do texto falado, a qualidade do texto escrito, a forma como a memória é armazenada, o ritmo e o ato de narrar, entre outros tópicos. “Diferentemente do teatro e outras artes que trabalham com a representação, a narrativa trabalha com a apresentação do texto. Eu trabalho com o foco na palavra. Essa técnica prioriza a questão da imagem e as intenções que o texto carrega. Por meio dessa intenção você cria uma imagem para o ouvinte e permite que ele crie sua própria imagem, sua própria história”, detalha Cléo Busatto.
A matrícula para o workshop pode ser feita pelo e-mail atendimento@cleobusatto.com.br, e dá direito ao livro escrito pela instrutora. O curso disponibiliza quinze vagas e o valor da inscrição é de R$ 275. O Espaço Paz e Bem fica na Rua Padre Anchieta, 820, e mais informações podem ser obtidas pelo telefone (41) 3024-7342.


13 de mai. de 2012

Iara, encantando as meninas

                      Dias atrás soube que as meninas adoram o vídeo da Iara. Ele faz parte do CD-ROM Lendas Brasileiras. Assista aqui.

                                                         http://youtu.be/-w7ntkCSwCk


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