4 de dez. de 2016
15 de nov. de 2016
5 de nov. de 2016
A árvore do Curupira
Produção dos alunos da Escola Estadual Especial Padre Reus, Esteio, RS,
especializada no atendimento de alunos surdos. Vídeo inspirado no livro
Contos populares do Sul, conto A árvore do Curupira.
Gralha azul
Produção dos alunos da Escola Estadual Especial Padre Reus, Esteio, RS,
especializada no atendimento de alunos surdos. Vídeo inspirado no livro
Contos Populares do Sul, conto Gralha Azul, a plantadora de pinheiros.
Dorminhoco
Produção dos alunos da Escola Estadual Especial Padre Reus, Esteio, RS,
especializada no atendimento de alunos surdos. Vídeo inspirado no livro
Dorminhoco.
2 de nov. de 2016
Feira do Livro de Porto Alegre 2016
DESTAQUES
Foto: Divulgação |
Ciclo O autor no palco, que acontece no dia 3 de novembro, contará com a presença da escritora de livros infantojuvenis Cléo Busatto. Ela encontra os leitores às 9h, no Teatro Carlos Urbim (Av. Sepúlveda, entre Av Mauá e Rua Siqueira Campos). Cléo é uma das finalistas na categoria juvenil do 58° Prêmio Jabuti pelo livro A fofa do terceiro andar, abordando assuntos que fazem parte do dia a dia dos adolescentes do século XXI: o bullying e o empoderamento feminino.
A autora catarinense, radicada em Curitiba há 20 anos, escreveu mais de 20 livros, entre literatura para crianças e jovens, teóricos sobre oralidade e CD-ROMs. Como escritora infantojuvenil, também é autora de O florista e a gata (Biruta, 2010), Mitologia dos 4 elementos (CLB Produções, 2014), Paiquerê, o paraíso dos Kaingang (CLB Produções, 2014), entre outras obras.
Cléo conversou com o site da Feira do Livro sobre sua mais recente obra e a respeito da indicação ao Prêmio jabuti. Confira:
A fofa do terceiro andar é o seu primeiro livro destinado ao público juvenil e nele você trata de um tema delicado para as meninas: a relação com o corpo. Como se deu esta transição no processo de escrita?
Eu sempre tratei de temas delicados nos meus livros, mesmo nos infantis. Exclusão do diferente, sonhos, processos de autoconhecimento, morte, são alguns temas que perpassam a minha obra.
Não considero que passar a escrever para o jovem seja exatamente uma transição. Tampouco foi uma decisão racional, como, agora vou escrever para o público juvenil. A ideia da Fofa se apresentou e eu dei forma. Também não deixei de escrever para crianças. Entre a primeira versão do livro, que foi de 2006, até seu lançamento, escrevi vários infantis. Vou e volto aos diferentes públicos.
Vejo assim, num determinado momento eu convoquei a minha adolescente e criamos A fofa do terceiro andar. Daqui a pouco posso chamar minha criança e escrevemos outro infantil. Num outro instante pode vir à tona a mulher adulta e fazemos um livro para as mulheres. Apenas escrevo e me deixo levar pelo exercício da criação.
Você é especialista e mediadora de projetos sobre oralidade, leitura e literatura. De que forma essa atividade dialoga com o seu processo de escrita?
O processo de escritura e a mediação são dois momentos de um mesmo contexto. O primeiro é o instante da solidão criativa, no qual gero meus livros. O segundo é o encontro com o leitor, o que suscita faíscas de encantamento e gratidão. Nele, vejo com clareza, como os personagens a quem dei à luz, entram na alma das pessoas e produzem cenas memoráveis, de presentificação e permissão à vivência de memórias caras e sentimentos fortes. A mediação se encaixa neste segundo momento.
Você está participando da segunda edição do projeto De caso com a palavra, que forma atendentes de bibliotecas, bibliotecários e mediadores de leitura. Qual a importância do mediador e como ele é visto hoje pela comunidade escolar e leitores em geral?
Você está participando da segunda edição do projeto De caso com a palavra, que forma atendentes de bibliotecas, bibliotecários e mediadores de leitura. Qual a importância do mediador e como ele é visto hoje pela comunidade escolar e leitores em geral?
Acredito que o mediador está ganhando espaço na comunidade em geral, porque as pessoas começam a ver a importância da sua presença nos processos de formação do leitor. Ele é uma figura essencial nesta construção, não apenas por compartilhar a leitura e as experiências sobre leitura entre duas ou mais pessoas, como também por predicar, opinar sobre o que leu, e partilhar suas próprias vivências provocadas pela literatura. Isso é formador. É transformador.
Começamos a enxergar este sujeito com olhos distintos, não apenas como um profissional que ensina a ler o texto, mas antes, indica caminhos para a leitura intrapessoal e a leitura do entorno. O mediador tem um papel fundamental no processo do autoconhecimento que perpassa todo ato educacional.
Seu livro é finalista do Prêmio Jabuti, na categoria Juvenil. Esta, aliás, é a sua primeira indicação ao prêmio. Qual o impacto que uma indicação ou premiação tem na carreira de um escritor de literatura infantojuvenil?
Creio que o impacto de uma indicação ou prêmio sobre a carreira de um escritor – independente do público para o qual ele escreve – é o mesmo, um marco. Prêmios são como pedrinhas de brilhante que colocamos no nosso caminho. Creio que dá visibilidade ao autor, abre novas oportunidades.
Porém, para mim o grande prêmio é o livro ser aceito pelo leitor, por que é ele quem valida minha caminhada. Sem o leitor não há a Cléo escritora. Na A fofa do terceiro andar eu o agradeço por dar vida ao meu texto e digo que, como a semente precisa do solo para germinar, a alma dos que me leem é o solo fértil para o que escrevo.
Priscila Pasko
26 de out. de 2016
De caso com a palavra: segunda edição
A escritora Cléo Busatto volta a percorrer o interior do estado com a segunda edição do projeto De Caso com a Palavra — voltado para a formação de atendentes de bibliotecas, bibliotecários e mediadores de leitura.
Até agosto de 2017, ela ministra oficinas gratuitas de capacitação em 18 municípios. O calendário inclui cursos em Guaíra (8, 9 e 10 de novembro), Ampére (22, 23 e 24 de novembro) e Pato Branco (6, 7, 8 de dezembro). As inscrições já estão abertas! 3
24 de out. de 2016
22 de out. de 2016
9 de out. de 2016
Olhar do leitor
Cléo, a Ana é inspiradora! Sentir a vida, como a pulsão que ela é, se torna mais fácil, leve, depois de lida as suas confidências e mágicas transformações. Ah,estou sob aquele efeito único que a Literatura nos proporciona. Estou me sentindo superamiga da Ana. Ela nos dá um ânimo, um "empurrão" ao encontro da vida! Obrigada, Cléo, por nos presentear com um livro tão especial e envolvente como este! Um abraço carinhoso a quem deu brilho e vida à Ana.
Cintia Marson
5 de out. de 2016
30 de set. de 2016
29 de set. de 2016
De caso com a palavra 2ª edição
Amigos, vejam a página do projeto De Caso com a Palavra 2ª edição.
Nela os participantes poderão compartilhar suas vivências literárias.
Acesse o site www.cleobusatto.com.br e faça sua inscrição gratuitamente.
Nela os participantes poderão compartilhar suas vivências literárias.
Acesse o site www.cleobusatto.com.br e faça sua inscrição gratuitamente.
11 de set. de 2016
4 de set. de 2016
Mês da Literatura
“Mês da Literatura” leva 11 autores paranaenses a 25 cidades do Interior
29/08/2016
Entre 24 de agosto e 23 de setembro de 2016, a Secretaria de Estado da Cultura do Paraná e a Biblioteca Pública do Paraná promovem o “Mês da Literatura”.
Onze escritores paranaenses vão percorrer 25 municípios do interior do Estado. Cada autor visitará entre duas e três bibliotecas. Durante os encontros, os escritores vão falar sobre suas próprias obras e comentar temas como livro, leitura e formação de leitores. Também haverá uma Oficina de Quadrinhos na Biblioteca Pública do Paraná, com Eloar Guazzelli, entre 27 e 29 de setembro — as inscrições são gratuitas, já estão abertas e podem ser feitas pelo e-mail oficina@bpp.pr.gov.br.
As instituições selecionadas para receber a visita de escritores abrangem as mais variadas regiões do Estado — dos Campos Gerais ao Norte paranaense — e são referências entre as quase 500 bibliotecas cadastradas no Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas do Paraná, que é coordenado e administrado pela BPP.
MUNICÍPIOS – Os municípios que participam do primeiro “Mês da Literatura” são Alto Paraná, Ampere, Araucária, Castro, Colombo, Guaratuba, Ibiporã, Jaguariaíva, Lapa, Marechal Cândido Rondon, Maripá, Palmas, Paranaguá, Paiçandu, Paraíso do Norte, Peabiru, Quedas do Iguaçu, Quitandinha, Rio Azul, Santa Helena, Salto do Lontra, Santo Antônio da Platina, Santo Inácio, Telêmaco Borba e Tibagi.
Inserido no Plano Estadual do Livro, Leitura e Literatura (PELLL), o “Mês da Literatura” é uma ação que deve entrar para o calendário cultural do Estado. “Além de fomentar e valorizar a leitura, incentivar e difundir a produção literária paranaense, o projeto também descentraliza a cultura ao levar nossos autores a pequenos e médios municípios”, diz o secretário de Estado da Cultura, João Luiz Fiani.
Entre os autores convidados, estão romancistas (Cristovão Tezza e Miguel Sanches Neto), escritores infantojuvenis (Cléo Busatto e Paulo Venturelli), poetas (Karen Debértolis), críticos (José Castello) e jovens autores (Marcos Peres). Um recorte plural da cena literária paranaense.
A programação do evento teve início com o concerto “Paulo Leminski — Canções e Poemas”, realizado pela Orquestra Sinfônica do Paraná no Teatro Guaíra na noite de 24 de agosto. A data de abertura é uma homenagem ao nascimento de Leminski. Já o encerramento das atividades coincide com o aniversário de 80 anos da Academia Paranaense de Letras, criada em setembro de 1936.
Programação:
Dias 29 e 30 de agosto, Cléo Busatto (Telêmaco Borba e Tibagi)
Dias 1º e 2 de setembro, Cristovão Tezza (Guaratuba e Paranaguá)
Dias 1º e 2 de setembro, Marcos Peres (Alto Paraná e Santo Inácio)
Dias 12, 13 e 14 de setembro, Guido Viaro (Paiçandu Peabiru e Paraíso do Norte)
Dias 12, 13 e 14 de setembro, Otavio Linhares (Ampere, Salto do Lontra e Quedas do Iguaçu)
Dias 14 e 15 de setembro, Miguel Sanches Neto (Jaguariaíva e Castro)
Dias 19 e 20 de setembro, Cezar Tridapalli (Ibiporã e Santo Antônio da Platina)
Dias 20 e 21 de setembro, José Castello (Lapa e Quitandinha)
Dias 20, 21 e 22 de setembro, Karen Debértolis (Santa Helena, Marechal Cândido Rondon e Maripá)
Dias 22 e 23 de setembro, Marcelo Sandmann (Palmas e Rio Azul)
Dias 22 e 23 de setembro, Paulo Venturelli (Araucária e Colombo)
31 de ago. de 2016
Sarau literário traz Cléo Busatto à TB
Telêmaco Borba, 30 agosto 2016 às
10:19:24
Aconteceu
na noite de ontem, nas dependências da Biblioteca Municipal de Telêmaco Borba,
o Bate Papo com a escritora Cléo Busatto, sob o tema Leitura, Literatura e
Formação de leitores, dentro do projeto estadual “O Escritor na
Biblioteca”, iniciativa da Sectretaria de Cultura do Estado do Paraná e
Divisão de Cultura do município.
Dentro
do Mês da Literatura, de 24 de Agosto à 29 de Setembro, este evento é um
projeto da Secretaria de Cultura do Estado do Paraná – “O escritor na
biblioteca”, e foi viabilizado para o município pela chefe municipal de
Cultura, Tereza Gonçalves.
Cléo
é autora do livro “A fofa do terceiro andar”, mas sua ligação com a Literatura
transcende: Contadora de história, especialista de Leitura Oral no gênero
infanto-juvenil pela Universidade Federal de Santa Catarina, e mestre em Teoria
Literária, ela é definida como uma artista da palavra, além de mediadora em
projetos sobre a oralidade, leitura e literatura. Hoje Cléo passa o dia em
Tibagi.
30 de ago. de 2016
14 de ago. de 2016
30 de jul. de 2016
Recorte Lírico
http://www.recortelirico.com.br/2016/07/cleo-busatto-fala-do-bullying-em-fofa.html
Cléo Busatto fala do bullying em "A Fofa do Terceiro Andar"
quarta-feira, 27 de julho de 2016
O Recorte Lírico
vive pela literatura, e é por meio dela que hoje trazemos um tema social como o
bullying. E para nos ajudar a falar sobre este tema, entrevistamos a
queridíssima Cléo Busatto. A escritora, que também é curitibana e veterana na
arte de escrever, com 25 obras publicadas; doze livros de literatura para
crianças e jovens, quatro teóricos sobre oralidade, quatro CD-ROMS para
crianças e cinco participações em antologias. Ela ainda nos contou sobre a
história do seu livro “A Fofa do Terceiro Andar” e da personagem Ana, uma
menina que em meio ao turbilhão de sentimentos descobre o que é a rejeição, não
só dos colegas, mas de si. Um livro infantojuvenil que traz a tona o tema
bullying, fazendo com que seus leitores reflitam sobre seus atos, sentimentos e
ações.
A autora faz
revelações e apresenta pontos de vista incríveis, que você confere agora!
RL - A história
de Ana foi inspirada em alguém? Poderia nos contar como surgiu essa história?
Cléo - Eu não
lembro o que me levou a escrevê-lo. Posso descrever a historinha de todos meus
livros, mas não da Fofa. Dela, lembro apenas que surgiu a imagem do título, A
fofa do terceiro andar. Foi aí que começou. Durante a escritura eu fui revendo
minha adolescente e entendi melhor esta fase onde a coragem, a ousadia e as
dúvidas estão sempre presentes. Eu me aproprio de algumas experiências
pessoais, para construir os personagens. Ofereço a eles as vivências mais
significativas, as descobertas mais importantes, as situações que foram
determinantes para eu ser o que sou. Por outro lado, Ana é única. Ana não sou
eu. Acho que o livro é uma espécie de escrita de iniciação, uma conversa
íntima, e através dela a personagem vai se vendo e lendo o mundo a sua volta,
descortinando-se da ignorância e dos preconceitos.
imagem Cadi Busatto |
RL -
Diferentemente de Ana, Francisco é um rapaz que não se importa com padrões de
beleza e, ao se aproximar de Ana, faz com que ela comece a mudar seu modo de
ver a vida e a si mesma. Duas personagens com perfis distintos; como escolheu
essas características?
Cléo - O romance
pedia um personagem que ajudasse Ana a enxergar aquilo que ela tinha de melhor.
Acho que na vida a gente sempre encontra alguns anjos da guarda que vêm em nosso
auxilio, quando precisamos. Assim surgiu Francisco. Com ele eu reverencio o
masculino sensível e bem centrado, em detrimento de um masculino construído
culturalmente sobre dureza e a indelicadeza.
RL - Sabemos que
o tema "bullying" é de muita seriedade e é bastante discutido
atualmente, já houve até casos de morte de pessoas que sofriam com esse
problema... Infelizmente nem todos têm a força que a Ana teve para superar.
Qual sua visão sobre o tema?
Cléo - Acho uma
lástima e um retrocesso da humanidade, saber que no século XXI, ainda se morre
por intolerância, seja de opiniões, atitudes, crenças ou modo de ser e ver as
coisas. Está mais do que na hora de as pessoas ampliarem a consciência pessoal
e adquirirem a sabedoria que acolhe e aceita as diferenças. A escola é um
espaço onde estas diferenças aparecem e o bullying se manifesta, por isso ela
deve ser criteriosa e lançar um olhar apurado, crítico e livre de preconceitos,
sobre o que oferece aos alunos. Ela tem a tarefa de ampliar a consciência dos seus
educandos, por meio de práticas que integrem as diferentes dimensões do ser
humano. É importante que o projeto educacional contemporâneo preveja a inclusão
do mítico, do simbólico e do sagrado no seu currículo. Para isto existem as
boas histórias. Elas fazem a ponte com
estes níveis de realidade que transcendem as dimensões mais usuais, como a
dimensão dos sentidos e da razão. Quando
A fofa do terceiro andar aponta para outros modos de ver o mundo, desprovidos
da intolerância e do preconceito, ela é formativa e útil aos pais, professores
e alunos.
RL - Se pudesse
dar uma dica ou conselho para os jovens que sofrem bullying e até mesmo para os
pais, o que diria?
Cléo - Conselhos
não servem para nada, se o sujeito não estiver sensibilizado para ouvir. O que
é necessário, tanto na escola, quanto na família, é a conscientização da
importância de um processo continuo de autoconhecimento. Esta prática é que vai
conduzir à formação de pessoas do bem, livres, criativas, tolerantes e
compassivas. Os valores que nos tornam humanos devem ser exercitados, em casa,
na escola e na sociedade.
RL - Mudando um
pouco o assunto, gostaríamos de saber seu ponto de vista sobre a literatura.
Sabemos que os clássicos jamais deixarão de ser clássicos, porém a preferência
dos adolescentes e jovens de hoje é pelas literaturas contemporâneas, como
livros de youtubers, que para a maioria dos teóricos, não apresentam um
conteúdo que agrega tanto. Você acha que os novos escritores, que apresentam um
conteúdo de maior relevância, são prejudicados pela exposição e divulgação
desses livros "modinhas" ou crê que isso não interfere?
Cléo - De mãos
dadas com o preconceito, com a ignorância e com a intolerância vêm à
banalização dos conteúdos ditos culturais, que são massificados pelo acesso fácil
às mídias que a sociedade contemporânea apresenta. Eu não concordo com esse
olhar condescendente que aceita todas as produções culturais, porque grande
parte delas apresenta um conteúdo “deseducante”, burro e preconceituoso. É
preocupante ver crianças e jovens consumindo uma literatura de baixa qualidade,
rasa e muitas vezes nociva. Acho sim, que a boa literatura é prejudicada,
porque não elaboração intelectual do leitor para acessá-la, já que ele só
consegue entender uma linguagem nivelada por baixo. Acho que o Brasil vem
“emburrecendo” a olhos vistos e às vezes sinto que estamos numa vertiginosa
descida rumo ao caos cultural.
RL - A internet
oferece conteúdo cada vez mais rápido e as tecnologias contribuem para isso,
além disso, uma criança tem acesso cada vez mais cedo a essas informações
tecnológicas. Seguindo esta informação, você acredita que as crianças e jovens
estão perdendo o interesse pela literatura e o aprendizado? Comente.
Cléo - Cabe aos
pais e professores educar as crianças, com a consciência de que as novas
tecnologias podem servir de aliadas à educação ou podem prejudica-las, e muito.
RL - Para
finalizar, se pudesse deixar uma dica para os novos escritores, que estão
começando agora suas jornadas, o que diria?
Cléo - Leiam,
leiam e leiam, e sejam fieis àquilo que acreditam.
Da Redação.
5 de jul. de 2016
3 de jul. de 2016
28 de jun. de 2016
A Fofa do Terceiro Andar (2)
27 de jun. de 2016
A Fofa do Terceiro Andar
"Para mim não há dificuldade nenhuma em ficar parada com o corpo.
Difícil é parar os pensamentos. E o que vivi nesses últimos anos está mais
para um rocambole de emoções do que para um estado búdico."
15 de jun. de 2016
14 de jun. de 2016
12 de jun. de 2016
3 de jun. de 2016
25 de mai. de 2016
13 de mai. de 2016
3 de mai. de 2016
24 de abr. de 2016
21 de abr. de 2016
A voz da Cléo que nos acuda
http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/colunistas/jose-carlos-fernandes/a-voz-da-cleo-que-nos-acuda-dy3h2r09oqekcyt4ajqn542zb?ref=colunista-capa
30/07/2016
A voz da Cléo que nos acuda
José Carlos Fernandes | Gazeta do Povo
“Esse produto é ótimo”, dispara um empolgado estudante do curso de Vendas, do Senac, depois de assistir a uma contação de histórias feita pela escritora Cléo Busatto. Foi na última segunda-feira, no auditório da Biblioteca Pública do Paraná, durante uma das apresentações da turnê Histórias da Cléo, iniciada em março, com agenda marcada em mais de 20 cidades da Região Metropolitana de Curitiba. O projeto é uma daquelas muitas jornadas em segredo, nas marginálias da cultura.
O menino do Senac tem faro. Cléo não dá braçadas numa piscina cheia de euros, mas seu modelo de negócio é o tal do borogodó – sem deixar de ser um serviço à literatura. Apenas em 2016, essa guria de 1,54 metro, pinta de menestrel e voz de encher catedrais fez 50 apresentações, o equivalente a quase duas por dia. Não larga a garrafinha de água, sob o risco de arruinar seu instrumento de trabalho, o gogó forjado nos ecos do Vale do Rio do Peixe, Barra do Pinheiro, Santa Catarina, onde nasceu.
Precisa de um seguro. Apenas nos últimos cinco anos, calcula ter atingido 100 mil pessoas, 40 Guairões lotados. Levando-se em conta que está prestes a fechar duas décadas de carreira de “contadora”, o cálculo saltaria para algo próximo de 400 mil ouvintes. Some-se pelo menos 20 livros e CDs publicados, mais oficinas para a professores e interessados – em quantidade a perder de vista. Não passa um dia sem escrever 1,5 mil palavras. Conta com no máximo duas assistentes, isso quando os ventos monetários sopram como música. Na maioria das vezes, dá-se tudo na base do eu sozinha.
O début de Cléo Busatto no mundo encantado das contações de histórias se deu em 1997, por acaso. A cena é hilária. Atriz e produtora de uma companhia de teatro infantil, em São Paulo, viu seu negócio virar farelo. Falida e de volta a Curitiba, cidade onde tinha raízes, trouxe do antigo negócio apenas um enxoval de roupas de espetáculos. Ao saber da inauguração do Shopping Estação – alardeado à época como o primeiro shopping de lazer do país – abriu a mala e se mandou para a inauguração vestida de fada, só por sarro. Deu que as crianças a seguiram pelos corredores, em polvorosa, o que lhe serviu de sinal: para ser atriz, não precisava de um grupo, nem de uma sede, nem de um staff. Estava feita.
É melhor não tentar copiar essa receita em casa, como se brinca. Cléo é a tal da mulher para quem a soma dos fatores altera o produto. Tem experiência em armar espetáculo, captar patrocínios, sem que essa tarefa, que na maioria dos casos resulta em acessos de fúria, a deixe arriada. Diferente de estilistas em fins de desfile, que cruzam a passarela acabados e com a roupa amarfanhada, Busatto produz e encena com a facilidade de quem pula uma poça de água. É filha da deusa Durga, a dos oito braços, mas jura que seu jeitão tem a ver com a italianada e com a prática: aos 9 anos já ensinava catecismo num programa de rádio catarina.
Seu último figurino, por exemplo, é uma elegante saia plissada, salmão, acompanhada de um tênis tipo All Star. Tem a ver. Ela precisa, afinal, algo confortável nos pés para resolver problemas técnicos no palco ao mesmo tempo em que rodopia seu saiote de normalista da década de 1950. Ficou craque na dupla função. Faz de uma parada para molhar a garganta uma performance. Quando tem de fugir para trás da cortina, para dar um jeito na maldita microfonia, faz do imprevisto uma comédia pastelão. Gargalha das gralhas. Se solta palavrões em segredo, não se sabe.
Eu sou uma escritora que conta histórias. Faço 500 coisas, mas tenho de escrever 1,5 mil palavras por dia...
Mais do que a agilidade, impressiona a rapidez com que Cléo ganha a plateia. “É empatia. Bato olho e já sei qual é o público”, dispara, numa resposta pronta. Dá para arriscar dizer que o segredo da contadora ultrapassa a capacidade de adivinhar o dial do público. O espectador para ela não é massa, nem patota de alunos, nem uma galera que sabe menos do que ela – uma expoente da literatura infanto-juvenil, com obras publicadas por gigantes como a Record, Scipione e FTD. Trata-se de gente que está ali porque gosta de literatura falada em voz alta. Não os subestima, o resto vai no xixi.
Uma prova dessa tese é que ninguém conseguirá flagrar Cléo Busatto em atitudes tatibitate. O gestual jamais segue a linha “batatinha quando nasce...” Que caia um raio se isso acontecer. No seu extenso repertório sobre lendas e mitos, trata de figuras que há muito sumiram das conversas de família e dos livros escolares. Encena seres estranhos à piazada, a seus pais e aos professores. Mesmo assim, não usa de recursos pedagógicos para apresentá-los, o que faria de suas concorridas apresentações uma continuação da sala de aula. Crianças, adolescentes e adultos, não importa, todos podem apreciar o que ela tem a oferecer, pois estão ali à espera da boa palavra. Eis o pacto.
“Paiquerêêêê...”, canta, de posse de um diapasão e de uma espécie de cítara africana, a kalimba. Sua voz é afinadíssima e mal dá para acreditar que ela conseguiu se concentrar depois de ter falado com a plateia, usado uma estranha linguagem de sinais com sua contrarregra, arrancado risadas, batido um papo com o garoto que disse não saber lhufas o que seja sonoplastia e ainda dado um trato no cenário capenga. Ao primeiro trinado, não se ouve pio – mesmo que a maioria ali não faça a mínima de que Paiquerê é o paraíso.
O mesmo vale para o Uirapuru, cuja lenda conta seguida de uma canja musical e de uma conversa reta sobre onomatopeias. São sua especialidade, o que faz dela uma encarnação da peruana Yma Sumac. Devia formar um trio com pantaneira Tetê Espínola e a portuguesa Maria João. Hu-hu.
Para quem a essa altura acha que tudo isso é diversão demais para uma tarde senegalesa – e sem ar condicionado ligado – saiba que tem a hora em que Cléo vira uma gata. Gregor Samsa de Kafka desperta um imenso inseto. Ela acorda uma felina, mas sem drama. Curte seu dia de folga pelos telhados. Miau aqui e ali, os desejos de liberdade da plateia saem do armário, vazam pelas calhas e chegam aos beirais. O cenário da biblioteca, quase sem nada, abriga por minutos a ilusão de que se está na Broadway, sendo inundado pela pirotecnia de um musical. Talvez seja tudo verdade.
Epílogo
A contação de histórias é tão antiga quanto as palavras. É preciso recorrer a Deus e sua época para marcá-la no mapa do tempo. Melhor procurar um marco.
Aqui no Brasil, virou política cultural em maio de 1992, por meio do projeto Proler, da Biblioteca Nacional, covardemente extinto pelos burocratas.
O Paraná abraçou a proposta, com a peleja, entre outros, da pesquisadora Marta Morais da Costa, da UFPR. Hoje, tem-se a Casa de Contação de Histórias e pelo menos 500 contadores na rede municipal de ensino, sob a batuta de Margareth Fuchs.
Se é um movimento cultural? Duvide se puder, cara pálida.
No palco com Cléo
foto Marcelo Andrade | Gazeta do Povo |
30/07/2016
A voz da Cléo que nos acuda
José Carlos Fernandes | Gazeta do Povo
“Esse produto é ótimo”, dispara um empolgado estudante do curso de Vendas, do Senac, depois de assistir a uma contação de histórias feita pela escritora Cléo Busatto. Foi na última segunda-feira, no auditório da Biblioteca Pública do Paraná, durante uma das apresentações da turnê Histórias da Cléo, iniciada em março, com agenda marcada em mais de 20 cidades da Região Metropolitana de Curitiba. O projeto é uma daquelas muitas jornadas em segredo, nas marginálias da cultura.
O menino do Senac tem faro. Cléo não dá braçadas numa piscina cheia de euros, mas seu modelo de negócio é o tal do borogodó – sem deixar de ser um serviço à literatura. Apenas em 2016, essa guria de 1,54 metro, pinta de menestrel e voz de encher catedrais fez 50 apresentações, o equivalente a quase duas por dia. Não larga a garrafinha de água, sob o risco de arruinar seu instrumento de trabalho, o gogó forjado nos ecos do Vale do Rio do Peixe, Barra do Pinheiro, Santa Catarina, onde nasceu.
Precisa de um seguro. Apenas nos últimos cinco anos, calcula ter atingido 100 mil pessoas, 40 Guairões lotados. Levando-se em conta que está prestes a fechar duas décadas de carreira de “contadora”, o cálculo saltaria para algo próximo de 400 mil ouvintes. Some-se pelo menos 20 livros e CDs publicados, mais oficinas para a professores e interessados – em quantidade a perder de vista. Não passa um dia sem escrever 1,5 mil palavras. Conta com no máximo duas assistentes, isso quando os ventos monetários sopram como música. Na maioria das vezes, dá-se tudo na base do eu sozinha.
O début de Cléo Busatto no mundo encantado das contações de histórias se deu em 1997, por acaso. A cena é hilária. Atriz e produtora de uma companhia de teatro infantil, em São Paulo, viu seu negócio virar farelo. Falida e de volta a Curitiba, cidade onde tinha raízes, trouxe do antigo negócio apenas um enxoval de roupas de espetáculos. Ao saber da inauguração do Shopping Estação – alardeado à época como o primeiro shopping de lazer do país – abriu a mala e se mandou para a inauguração vestida de fada, só por sarro. Deu que as crianças a seguiram pelos corredores, em polvorosa, o que lhe serviu de sinal: para ser atriz, não precisava de um grupo, nem de uma sede, nem de um staff. Estava feita.
É melhor não tentar copiar essa receita em casa, como se brinca. Cléo é a tal da mulher para quem a soma dos fatores altera o produto. Tem experiência em armar espetáculo, captar patrocínios, sem que essa tarefa, que na maioria dos casos resulta em acessos de fúria, a deixe arriada. Diferente de estilistas em fins de desfile, que cruzam a passarela acabados e com a roupa amarfanhada, Busatto produz e encena com a facilidade de quem pula uma poça de água. É filha da deusa Durga, a dos oito braços, mas jura que seu jeitão tem a ver com a italianada e com a prática: aos 9 anos já ensinava catecismo num programa de rádio catarina.
Seu último figurino, por exemplo, é uma elegante saia plissada, salmão, acompanhada de um tênis tipo All Star. Tem a ver. Ela precisa, afinal, algo confortável nos pés para resolver problemas técnicos no palco ao mesmo tempo em que rodopia seu saiote de normalista da década de 1950. Ficou craque na dupla função. Faz de uma parada para molhar a garganta uma performance. Quando tem de fugir para trás da cortina, para dar um jeito na maldita microfonia, faz do imprevisto uma comédia pastelão. Gargalha das gralhas. Se solta palavrões em segredo, não se sabe.
Eu sou uma escritora que conta histórias. Faço 500 coisas, mas tenho de escrever 1,5 mil palavras por dia...
Mais do que a agilidade, impressiona a rapidez com que Cléo ganha a plateia. “É empatia. Bato olho e já sei qual é o público”, dispara, numa resposta pronta. Dá para arriscar dizer que o segredo da contadora ultrapassa a capacidade de adivinhar o dial do público. O espectador para ela não é massa, nem patota de alunos, nem uma galera que sabe menos do que ela – uma expoente da literatura infanto-juvenil, com obras publicadas por gigantes como a Record, Scipione e FTD. Trata-se de gente que está ali porque gosta de literatura falada em voz alta. Não os subestima, o resto vai no xixi.
Uma prova dessa tese é que ninguém conseguirá flagrar Cléo Busatto em atitudes tatibitate. O gestual jamais segue a linha “batatinha quando nasce...” Que caia um raio se isso acontecer. No seu extenso repertório sobre lendas e mitos, trata de figuras que há muito sumiram das conversas de família e dos livros escolares. Encena seres estranhos à piazada, a seus pais e aos professores. Mesmo assim, não usa de recursos pedagógicos para apresentá-los, o que faria de suas concorridas apresentações uma continuação da sala de aula. Crianças, adolescentes e adultos, não importa, todos podem apreciar o que ela tem a oferecer, pois estão ali à espera da boa palavra. Eis o pacto.
“Paiquerêêêê...”, canta, de posse de um diapasão e de uma espécie de cítara africana, a kalimba. Sua voz é afinadíssima e mal dá para acreditar que ela conseguiu se concentrar depois de ter falado com a plateia, usado uma estranha linguagem de sinais com sua contrarregra, arrancado risadas, batido um papo com o garoto que disse não saber lhufas o que seja sonoplastia e ainda dado um trato no cenário capenga. Ao primeiro trinado, não se ouve pio – mesmo que a maioria ali não faça a mínima de que Paiquerê é o paraíso.
O mesmo vale para o Uirapuru, cuja lenda conta seguida de uma canja musical e de uma conversa reta sobre onomatopeias. São sua especialidade, o que faz dela uma encarnação da peruana Yma Sumac. Devia formar um trio com pantaneira Tetê Espínola e a portuguesa Maria João. Hu-hu.
Para quem a essa altura acha que tudo isso é diversão demais para uma tarde senegalesa – e sem ar condicionado ligado – saiba que tem a hora em que Cléo vira uma gata. Gregor Samsa de Kafka desperta um imenso inseto. Ela acorda uma felina, mas sem drama. Curte seu dia de folga pelos telhados. Miau aqui e ali, os desejos de liberdade da plateia saem do armário, vazam pelas calhas e chegam aos beirais. O cenário da biblioteca, quase sem nada, abriga por minutos a ilusão de que se está na Broadway, sendo inundado pela pirotecnia de um musical. Talvez seja tudo verdade.
Epílogo
A contação de histórias é tão antiga quanto as palavras. É preciso recorrer a Deus e sua época para marcá-la no mapa do tempo. Melhor procurar um marco.
Aqui no Brasil, virou política cultural em maio de 1992, por meio do projeto Proler, da Biblioteca Nacional, covardemente extinto pelos burocratas.
O Paraná abraçou a proposta, com a peleja, entre outros, da pesquisadora Marta Morais da Costa, da UFPR. Hoje, tem-se a Casa de Contação de Histórias e pelo menos 500 contadores na rede municipal de ensino, sob a batuta de Margareth Fuchs.
Se é um movimento cultural? Duvide se puder, cara pálida.
No palco com Cléo
17 de abr. de 2016
Aventuras Literárias BBP
http://www.cultura.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=2430&tit=Cleo-Busatto-participa-do-projeto-Aventuras-Literarias-na-Biblioteca
Biblioteca
Cléo Busatto participa do projeto Aventuras Literárias na Biblioteca
A Biblioteca Pública do Paraná realiza nesta segunda-feira (18) uma nova edição do projeto “Aventuras Literárias”. A partir das 14h30, a escritora e contadora de histórias Cléo Busatto conversa com o público no auditório Paul Garfunkel, no segundo andar da BPP. O evento faz parte da Semana do Livro Infantil, que segue até 23 de abril. A entrada é franca. Leia mais ››
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