29 de jun. de 2012

Oralidade é expressão do povo


Estou em Olinda. Vim para falar sobre oralidade e sou presenteada com dois momentos da mais pura oralidade. O nordeste tem tradição oral. É só lembrarmos a pesquisa transdisciplinar de Câmara Cascudo que registrou as histórias contadas pelo povo daqui, em dezenas de livros. Hoje, do papel de ensinante passei para o lugar do aprendiz.
O primeiro foi na Sé. Dois repentistas me encantaram com a capacidade de improviso, criatividade e o  conhecimento sobre o Paraná. Repente é literatura oral cantada. O segundo momento foi por conta de São Pedro, que saiu do Convento de São Francisco e foi carregado em procissão pela beira-mar, até a associação dos pescadores, com banda e cantoria. Manifestação popular pura. Festa sacro-profana. Depois dos cantos religiosos entraram em cena os tambores e os ritmos dançantes. 
A música pro santo diz  “Tu, sabes bem que em meu barco, eu não tenho nem ouro nem espadas, somente redes e o meu trabalho. Lá na praia, eu larguei o meu braço, e junto a Ti buscarei outro mar.”
É isso. O povo criando seu texto e transmitindo oralmente às novas gerações. A oralidade está mais viva que nunca. 

26 de jun. de 2012

A palavra bem dita, bendita palavra


Como narradora oral de histórias sei que a força criadora da palavra reside naquele que a profere. Quando se pronuncia com alma, falar se  torna um exercício de afetividade e ternura. Para começar, eu diria, conte histórias na sala de aula e fora dela; no pátio, embaixo das árvores, em cima das árvores, no balanço. 
Conte muitas histórias. Conte para despertar, para acalmar. Conte porque você está com vontade ou conte porque seu aluno quer ouvir. Conte em pé, sentado, dançando, cantando. Mas conte. Conte por contar. Conte para instigar. 
Depois, convide seu aluno a contar, seja uma história que ouviu, leu ou inventou. Uma ficção ou uma história de verdade. Estimule a fala estética e a prática do discurso oral. O exercício da linguagem organiza o pensamento, no diz Vygotsky. 
A oralidade, como recurso pedagógico, faz a ponte entre as diversas áreas do conhecimento.

19 de jun. de 2012

Entre Helenas e Trevisans



Por aqui há tanta novidade literária que não falta assunto para esse boletim. Inicialmente abro Helena*, a revista, e me deparo com dezenas delas. Helena, a bela. Helena, a poeta. Helena de Tróia. Descubro outras, Helenas do Paraná, ocultas entre as cento e quatorze belas páginas que marcam sua geografia, do litoral ao alto da serra, do primeiro ao terceiro planalto, entre fotos e desenhos, traços, cheiros, sabores, e acompanho a trajetória das águas do Iguaçu cruzando o território, sob o olhar perdido de uma Heleninha qualquer, para despencar nas cataratas do outro lado dessa terra da gralha azul. Aliás, essa ave é portadora de uma boa metáfora. Para quem não sabe, ela enterra o pinhão para comê-lo mais tarde, e ao esquecê-lo no solo promove o nascimento de uma nova planta. Helena, a bela dos olhos azuis já espalhou que

Do longo sono secreto
Na entranha escura da terra,
O carbono acorda o diamante.

A poeta passou discreta pela cidade, mas deixou imagens que seriam impressas no imaginário coletivo. Assim como ela, outros criadores vão lançando pinhões na terra e deixando-os dormitar no tempo, enquanto aguardam o inverno passar, recolhidos nas suas casas de dentro e de fora. Quando se vê, o pinhão já é pinheiro. E o escritor silencioso é reconhecido como o melhor do país. Entre Helenas e Trevisans há muita riqueza na cultura daqui. Que o diga, Helena, a revista. E isso que nem falei deles, do Cândido** e do Rascunho***.
Mesmo assim, lamenta-se a invisibilidade que a cidade impõe sem se dar conta da importância de enterrar o pinhão e (com licença, senhora!) pintar estrelas no muro, para ter o céu ao alcance das mãos. Helena Kolody nos mostra isso. Dalton Trevisan também. Oxalá a gente aprenda com eles.

* Helena, publicação trimestral da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná.
**Cândido, publicação mensal da Biblioteca Pública do Paraná.
***Rascunho, veterano na publicação literária no Paraná. 

2 de jun. de 2012

I Meeting Nacional de Educação Tecnologia


"Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda (Paulo Freire, 2000). 
I Meeting Nacional de Educação é um evento que busca trazer à discussão temas de grande relevância, bem como, relembrar e aprofundar conhecimentos e ampliar a troca de experiências entre os congressistas das várias Instituições e níveis de ensino.
Entendemos a necessidade da transformação que no que tange à estruturação dos sistemas educativos e à construção de práticas educacionais que atendam à diversidade. Por meio dos diálogos com teorias científicas pertinentes, políticas públicas, práticas pedagógicas e pesquisas realizadas na área, para que possam contribuir para um aprofundamento sobre as relações entre inclusão e educação, igualdade e diferença, na sua complexidade e multidimensionalidade, e instrumentalizar os educadores para o exercício de seu papel como agentes da inclusão sociocultural."



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