28 de nov. de 2012

Fim ou começo?



2012 está sendo um ano único, de confrontos, reestruturações, desapegos. Ele me pede para encarar o viver de acordo com que acredito e habitar poeticamente o mundo; contemplar a transcendência para me aproximar da dimensão espiritual. Tempo do fim de um tempo ou começo de um novo tempo? Não sei. O que sei é que faço o caminho de volta, me avizinhando das origens. Meses atrás estive na terra dos avós paternos, borrando os olhos de emoção ao encontrar os muros de pedras das nossas casas, estruturas familiares que me sustentam - olha a metáfora me organizando. E há algumas semanas cheguei perto da terra dos bisavós. Mais alguns passos e estaria em Veranópolis, aonde eles chegaram há um século e algumas décadas abrindo caminho na serra à facão. Mas não era o momento. Naquele, eu deveria estar com as crianças que me esperavam na Feira do Livro de Farroupilha.
Tudo me leva ao passado para significar o presente Será indicação da morte? Dizem que quando ela se aproxima, a gente começa a rever nossa história. Ao escrever isso, rio. Ela não me assusta. Morro a cada milésimo de segundo que vivo. Na hora que vier será bem recebida, como se acolhe uma amiga, certa de que passei bem por aqui. Não farei o papel do homem que barganhou com Morte (da história apresentada no livro Pedro e o Cruzeiro do Sul). O sujeito foi logo pedindo um bônus. A Morte concedeu um tempo a mais e marcou dia e hora pra voltar. Mas no dia combinado, o homem decidiu que não iria acompanhá-la. Disfarçou-se de velho e foi se esconder na festa de um amigo. A Morte chegou à sua casa e ficou sabendo que ele foi à festa. Lá não encontrou o desejado, mas viu um velho atrás de uma porta e pra não perder a viagem, pensou, já que não encontro quem vim buscar levarei esse velho comigo, assim não perco viagem.
Como diz o pai, personagem desse mesmo livro, “este é o segredo, meu filho. Tudo no mundo nasce, cresce e morre. Agora, fique tranquilo. Veja as estrelas. Elas também morrem. Um dia, viram pó. Somos todos pó de estrela. Viemos do espaço e para lá vamos voltar”.
Pois então, que passe 2012 e nos traga um tempo novo, com a consciência ampliada, o coração mais amoroso e muitas histórias pra contar.

24 de nov. de 2012

Mérito Fernando Amaro

Recebendo a distinção honorífica Mérito Fernando Amaro pelo destaque alcançado com a produção literária, por indiciação da vereadora Julieta Reis, na noite de 22 de novembro de 2012, na Câmara Municipal de Curitiba.















Uma indicação como essa é um reconhecimento da nossa caminhada e isso é prazeroso, nos ajuda a olhar com bons olhos aquilo que a gente faz, Algumas vezes, as coisas e as circunstâncias nos fazem duvidar do nosso valor. Uma premiação sempre vem dizer continue, o que você faz provoca eco e é bom para o outro. E assim voltamos um olhar generoso para nós mesmos.
O melhor da noite, foi a vereadora sussurrar no meu ouvido, você merece, Cléo Busatto, você merece. Obrigada, Julieta Reis.



10 de nov. de 2012

58ª Feira do Livro de Porto Alegre



SEXTA, 09 DE NOVEMBRO

A RARA CLEO BUSATO

Descontraída e confiante é como a paranaense Cleo Busato, especialista em literatura oral e infanto-juvenil, se define. E é aí que está o segredo de seu sucesso. Com 20 obras publicadas, a autora tenta ensinar que o mais importante é ter a dimensão da particularidade de cada um. Foi isso que ela fez hoje durante a participação na Feira do Livro, quando conversou com várias contadoras de história, apresentou o seu trabalho e revelou alguns truques para o encantamento do público infantil.
Mas não são apenas as crianças que ficam fascinadas com a forma com que Cleo executa a atividade. No olhar das aprendizes, presentes no encontro, dava para perceber o poder de sedução contido na jeito como a escritora conta as histórias – caracterizada por uma voz firme, empolgada e que reproduz sons a todo momento, colocando o público dentro da narrativa.
E para seguir os seus passos é preciso não se descuidar da maneira como ocorre a narração e a criação de um cenário. Segundo ela, estes elementos são extremamente necessários. “Se a história não vier permeada por essa alma do mundo, não vai encantar, por mais habilidoso que seja o contador”, ressaltou.
A escritora, que busca tornar o livro presente no imaginário e uma constante na vida das pessoas, diz que a contação de histórias é um eficiente instrumento para se alcançar este objetivo. “É uma forma riquíssima, que serve de link para formar leitores”, acrescentou.
Estimulada por este desafio, Cleo segue se superando, conquistando cada vez mais fãs e deixando um legado literário e reflexivo, que ecoa pelo mundo e ajuda na construção de uma sociedade melhor.

Oralidade na primeira infância

Arquivo do blog