18 de jul. de 2013

Meditação



Após alguns meses sem praticar a meditação diariamente (olha a desculpa: o ritmo do trabalho, etc, etc),  eu retomei a prática, 21 minutos diários. Reencontro a o espaço da meditação no meu dia a dia, e a condição de se viver com mais harmonia. Falar de meditação é voltar a atenção para o silêncio, lugar de onde posso contemplar e vivenciar a metáfora dos cinco elementos e suas influências. Para o budismo tibetano aquilo que gera e mantém a vida é lung. Para o povo wapixana é udurona. No taoismo é chi, e no hinduísmo, prana.
Muitos, sequer dão nome para isso e, tampouco, têm consciência de que alguma coisa (invisível aos olhos, pois sem matéria) se move dentro de nós e anima o ser humano. É o princípio vital, energia que se manifesta através das cinco propriedades naturais (éter, ar, fogo, água e terra) que constituem os corpos. A meditação é o veiculo para localizar os significados destas forças e perceber seu equilíbrio/desequilíbrio.
Quando a fonte se revela por meio do éter, a quinta-essência, salta para fora a alegria que transparece no brilho dos olhos. A ausência deste elemento etéreo e essencial se traduz em apatia e morte, ainda que o corpo físico esteja vivo. O ar rege os processos mentais. Mente perturbada fica saltitando pra lá e pra cá, ativa, difícil de controlar. Mente tranquila é mente disciplinada pelo ir e vir da respiração, ar que nos alimenta, num incessante contrair/expandir, de onde posso ouvir o som do meu mar interior.
No silêncio, o princípio do fogo, sol de dentro de nós, expande seu calor suave que se revela num ser amoroso e generoso. Falta de fogo gera seres frios e ásperos. Excesso de fogo gera raiva, agressão física. O equilíbrio se encontra no caminho do meio. Quando o lung da água se faz presente, ele promove a resiliência e não reatividade. Água correndo pelos ossos os torna flexível. Com a prática da meditação, ela circula sem resistência, contorna obstáculos, se amolda ao caminho. Flui. Sem água, seca, racha, quebra.
A consciência do princípio da terra transparece na firmeza e na persistência das ações. Com esta força desequilibrada, não se cria, procrastina. No silêncio, eu sento na montanha que há em mim e aguardo, serena e confiante, tudo se manifestar.
E, nesta dança cósmica, a vida se move e se desenvolve, e a gente lança os olhos pro horizonte, e anda. 

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