26 de ago. de 2020

E depois de contar uma história, o que fazer?

Pode ser que você já tenha se perguntado, e aí, depois que eu ler ou contar história pro meu filho, o que devo fazer? A princípio, nada. A leitura e a narrativa se bastam por si. Se a criança já lê sozinha, ela mesma vai elaborar os sentidos do que leu. Mas se foi você que contou uma história para ela, dê um tempo para que ela internalize o conto. Deixe que as imagens assentem e repercutam no seu íntimo. Permita que a criança viva os afetos despertados pela história e descubra se o que ela ouviu faz eco dentro de si. Muitas vezes a história lida ou ouvida conta algo sobre nós mesmos.

E, se mais tarde você quiser usar esta ação como estímulo para desenvolver alguma ação criativa, comece conversando sobre o que ela ouviu. Faça perguntas que ampliem os significados da história. Pergunte qual foi a imagem que ficou gravada na sua mente. Isto pode lhe dar um indício de como o conto tocou a criança e talvez, até entender alguns conflitos que ela possa estar vivendo. Boas histórias educam e curam a gente. 



19 de ago. de 2020

Estou no ritmo?

Hoje vou falar de ritmo. Ritmo sempre, do silencio ao som. A vida, é marcada pelo ritmo da respiração, da circulação, do movimento do corpo, da voz. Nós somos os fazedores do ritmo.

Imprimir ritmo numa narrativa, não quer dizer, apenas falar o texto rapidamente. Para que um texto tenha ritmo é preciso que ocorra a relação correta entre a emissão do texto e o momento de silenciar. O silêncio é uma das condições para encantar. O silêncio permite que o ouvinte vá até o cenário da história narrada e a ressiginifique com a sua própria história.

Ritmo também quer dizer pensar, ver o que está sendo narrado. O ato de pensar regulariza o ritmo da fala, estabelece segurança na emissão sonora e gera cadência. E aí, como está o seu ritmo hoje?



 

 

12 de ago. de 2020

Visualização, condição para encantar

 

O tema de hoje é visualização. A palavra não é apenas som, é evocação de imagens e imagens são fortes aliadas para a compreensão de um texto.

Só podemos falar daquilo que conhecemos, portanto “veja” o que você vai dizer e o outro “verá” o que você falou. Dê corpo às imagens da história visualizando o que você está lendo. Crie estas imagens na sua tela mental. Quanto mais claras elas forem para si, mais fácil será a visualização do ouvinte. 

Existem dois caminhos que levam ao imaginário e à formação das imagens: um deles é através da visão. Vejo algo, construo mentalmente a sua imagem e dou significados a ela. É o que acontece ao ler um livro, por exemplo. A segunda via é da audição: ouço um texto, construo a imagem do que foi dito e dou significados a ela. Isso ocorre numa leitura em voz alta ou contação de histórias. 

Viu só como você pode ajudar seu filho a ampliar o seu imaginário? 


5 de ago. de 2020

Qualidade literária

 

Hoje eu gostaria de falar sobre a escolha do livro literário que você vai ler, seja para você ou para as crianças. Uma das qualidades da boa literatura é a condição de apresentar imagens nítidas, memoráveis, que instigam o imaginário e levam o leitor até ao cenário da história narrada. Que fazem com que ele enxergue os personagens e suas características.

Para alguns leitores, o bom livro deve propor acordos poéticos e andar de mãos dadas com a fantasia. Deve dialogar com seus anseios e desejos. Outros buscam na literatura a provocação, a mudança de olhar. Alguns dizem, para mim o bom livro é aquele que toca o meu coração. E para você, qual é a qualidade que um livro literário deve ter, para entrar na sua casa?



 

Oralidade na primeira infância

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