25 de jul. de 2012

De Caso com a Palavra



De Caso com a Palavra será realizado em 16 municípios do Estado com o intuito de incentivar a leitura e a literatura


Para dar continuidade às ações de incentivo à leitura, a Secretaria da Cultura do Paraná (SEEC) lança o programa De Caso com a Palavra, destinado à atendentes, bibliotecários e mediadores de leitura de bibliotecas públicas do Estado. Serão realizados cursos em 16 municípios para que os participantes possam atualizar conhecimentos e transformar o espaço em que trabalham em um ambiente ainda mais atrativo. As inscrições podem ser realizadas no site www.cultura.pr.gov.br.

O curso é gratuito e ocorre em Cascavel, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Maringá, Londrina, Jacarezinho, Campo Mourão, Umuarama, Paranavaí, Ivaiporã, Piraí do Sul, Laranjeiras, Guarapuava, Ponta Grossa, União da Vitória e Curitiba. Cada participante deve participar do aperfeiçoamento no município indicado, de acordo com a cidade onde atua. O mapa indicativo das regiões está disponível no site da SEEC. A escritora, contadora de histórias e especialista em leitura e literatura, Cléo Busatto criou o projeto e irá ministrar as aulas.

O projeto De Caso com a Palavra vem colaborar na formação de mediadores de leitura, visto que as ações desses agentes são fundamentais para a promoção da leitura e a formação de leitores. Os participantes irão refletir sobre o texto literário e aprender como a palavra falada pode servir de elo para interagir com as diversas áreas de conhecimento, além de despertar o interesse pela leitura.

A formação dos mediadores faz parte do fortalecimento do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas do Paraná, cumprindo uma das metas do Plano Estadual do Livro, Leitura e Literatura (PELLL), sugerido pela SEEC. “O trabalho visa tornar a biblioteca um espaço acessível e desejado pela população, além de apresentar o mediador de leitura como um profissional consciente de seu papel formador e transformador”, explica Cléo Busatto. 

http://www.cultura.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1167

Pedro e o Cruzeiro do Sul



Cruzeiro do Sul! Minha família, o meu Cruzeiro. Meu pai é o norte, meu rumo, meu caminho de ida. Minha mãe o sul, cantinho quente e luminoso. Meu avô, o leste, onde tudo começou, como o sol acordando para iniciar um novo dia. Minha avó, o sossego e aconchego do oeste, como o silêncio do pôr-do-sol . 
E eu? Talvez seja uma estrela pequenina, bem no meio do Cruzeiro do Sul. Acho que acabei de inventar outra constelação...

20 de jul. de 2012

Dorminhoco, agora no teatro





"Sabe , dona Lucia, o último sonho que tive me lembrou de uma coisa que a senhora falou outro dia, sobre a força e a coragem, que meu pai vive falando também. Ele costuma dizer: "meu filho, meu filhote de urso!". A senhora sabia que Bernardo quer dizer, forte como um urso? O meu pai diz que a força é uma coisa que mora lá dentro da gente, num lugar ecreto, quente e silencioso. Ela não vem de fora, não! E a gente fica cada vez mais forte quando sabe que elea existe e se torna amigo dela. Acho que estou começando a entender essas coisas."


Essa é uma fala do personagem Bernardo, do livro Dorminhoco (Scipione) que inspirou a Cia Do Abração, de Curitiba, na montagem do espetáculo que estréia dia 28.

16 de jul. de 2012

Era uma vez... e ainda é!









Alguém aí falou em teatro de objetos? Em 2007, Cléo Busatto apresentava esse espetáculo, com recursos do Fundo de Cultura da Fundação Cultural de Curitiba, que falava dos contos de fadas. Utilizava três bonecas de pano, artesanato de Caruaru, PE, para contar histórias de vilãs,feiticeiras e fadas, heróis e heroínas de outros tempos. O espetáculo seguia a linha da contação de histórias com animação de objetos. Foi bastante criticada pelos profissionais do teatro de bonecos, que não reconheciam e aceitavam essa forma de animar. Nesse ano de 2012, Curitiba recebeu um festival só de teatro de objetos. Ali se usava ferramentas, bonecos de plástico e etc etc etc para contar uma história. Vê como é !

14 de jul. de 2012

Histórias da Cléo, Livraria Navegadores

sábado de sol, 14 de julho, Fiietó alçando voo

              narrando Paiqurê, o paraíso dos Kaingang

lendo O Florista e a Gata

lendo Pedro e o Cruzeiro do Sul

7 de jul. de 2012

Aquilo que se encontra no caminho

ABZ do Ziraldo, 2011
Encontrar Ziraldo é sempre motivo para muita conversa. O mais divertido da gravação foi antes da gravação. Lembramos do espetáculo que eu dirigi no Rio, em 1991, O Menino Maluquinho, musicado pelo Antonio Pinto. O espetáculo foi um arraso. Uma montagem que mesclava a linguagem do gibi, com teatro negro. Iniciava com a imagem do menino se formando nessa técnica de animação. As crianças deliravam.  
Depois rimos muito ao lembrar a montagem de O Menino Quadradinho que realizei em São Paulo, em 1992. Esse espetáculo foi testar limites, tanto de linguagem como de paciência...ufa! Era bárbaro. Os personagens apareciam em todos os cantos do teatro, nas galerias, balcões, descendo por cordas no meio da platéia, surpreendendo a todos que ficavam atentos para ver de onde surgiria outro super-herói
Ziraldo acompanhou minhas crises durante as montagens, dizia que isso era por conta da minha exigência e me estimulava a ir adiante. Numa dessas vezes me apresentou Seis propostas para o próximo milênio, de Ítalo Calvino, leitura que redefiniu minha criação.


5 de jul. de 2012

Adélia e Fiorello

as camélias da nonna

Tudo indicava chuva. Mas ela se manteve além do céu e nos deixou compartilhar um domingo inesquecível. Só chegou na hora de ir embora, cúmplice das nossas águas, tantas lágrimas somadas, emoção do reencontro, de rever a história e encontrar o mesmo sangue.
Barra do Pinheiro, quase meio século depois da morte dos nossos nonnos, mantém marcas de uma história deixada por lá, por esse casal e seus 13 filhos. Permanece o poço e o muro de pedra do porão da casa deles. Ainda maior e mais bela está a árvore de camélias, a branca e  a vermelha, que a nonna plantou um século atrás. O pé de caqui permanece lá também, ainda que agora seja apenas uma estrutura seca, mesmo assim belo.
Impossível não ser tocada ao entrar na mesma igreja, ver a mesma imagem do anjo da guarda que me acompanhou tantas vezes ao Rio do Peixe ou no alto dos pés de caqui, bergamota e laranja do pomar dos nonnos.
E se a memória dos dois permanece viva na nossa alma, para mim, que cresci ao lado deles, que morei em frente a casa onde eles moravam foi emoção elevada a milésima potência. Eu lavei os cabelos da minha nonna com a água morna do seu fogão à lenha. Eram compridos, finos e perfumados. Fantasiei-me com suas sandálias de plataforma a la Carmem Miranda; enfeitei-me com seus broches de ametista; rezei diante do seu altar.
Da varanda da minha casa, eu via o nonninho sentado na cadeira de balanço, como o olhar distante, como um gato, traço herdado pelo meu pai. O que buscavam eles quando lançavam o olhar no nada? Nunca saberemos. Minha casa da infância! O peito se enche de lágrimas. Os muros de pedra que sustentavam a casa estão lá também. A escada de pedra, o poço, o pé de figo, resistindo ao tempo, meia dúzia de folhinhas verdes ainda penduradas nos seus ramos secos. A laranjeira que minha mãe plantou antes de sair da Barra estava lotada de laranja doce, e o pé de bergamota que rodeava o muro, onde eu me sentava nas tardes de sol, estava  carregado.
Nossa festa foi mais que um encontro com a família, tias queridas e primos que eu nem conhecia. Foi um encontro com a memória. Encontro com Adélia, Fiorello, meu pai e todos os meus tios e tias que já se foram desse mundo. Foi o encontro com a alegria e com a certeza de que a memória e a história constroem e construíram, o que hoje eu sou.

Cléo Busatto, filha de Victorino e Lydia

Oralidade na primeira infância

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