A fofa do terceiro andar, de Cléo Busatto
Publicado
pela Galera Júnior, A fofa do terceiro andar é o primeiro livro juvenil escrito
pela autora Cléo Busatto. Com pouco mais de 140 páginas, a obra é narrada em 1ª
pessoa, em formato de diário, por Ana Vitta. Ana é uma tímida adolescente de 14
anos que sofre, diariamente, por seu excesso de peso. Além de ter a saúde prejudicada,
ela enfrenta muito bullying na escola, o que a deixa triste, desanimada e com
vontade de comer ainda mais. O diário, presente dado por sua mãe, é uma maneira
dela colocar para fora suas angústias, medos, sentimentos mais profundos.
Um dia, Ana
está na escola e passa por um grande constrangimento. O episódio é o estopim
para que a menina decida começar uma dieta, procure fazer mais exercícios e
tente eliminar todos os quilos extras. A partir daí, Ana passa a contar como é
a mudança, o que está fazendo para se adaptar e os efeitos que a decisão provoca.
Além do amadurecimento da história, há uma grande mudança na protagonista. Ana
não passará apenas por transformações físicas, como também terá que se
redescobrir como pessoa. A princípio frágil, sem saber o que quer direito, ela
perceberá que é muito mais forte e determinada do que imagina. Busca a mudança
e faz por onde.
A partir do
momento em que se torna mais confiante, ela mostra para os outros
quem é de
verdade e desperta a atenção de muitas pessoas a sua volta. Uma dessas pessoas
é Francisco, o menino que ajudará Ana a se aceitar melhore a conquistar seus
objetivos. Juntos, eles enfrentarão diversos obstáculos, que os fortalecerão
ainda mais.
A fofa do
terceiro andar foi uma leitura surpreendente. A princípio, eu estava esperando
um romance fofo, mas nada além disso. A obra se mostra consistente, com uma
narrativa rica e fluída, e traz uma lição de aceitação bem legal. Além disso, elementos
da música, literatura, mitologia, entre outros, estão presentes no livro, o que
torna o torna ainda mais enriquecedor. A autora aborda muito bem a temática o
bullying e, com uma protagonista determinada, mostra o que é preciso para
mudar. Ana é uma garota que gera bastante identificação, principalmente no
público a que o livro se destina, garotas e garotos no início da adolescência.
Durante a
história, acompanhamos a jornada de Ana por pouco mais de dois anos. Nesse
período, é possível encontrar diversas reflexões feitas pela garota e o que ela
fez para se aceitar melhor. Claro que houveram recaídas, mas a vontade e
persistência da menina são admiráveis e mostraram-se mais fortes do que os
desafios. Gostei muito da leitura por diversos motivos: o tema que foi
desenvolvido de maneira leve e envolvente; a narrativa rica, ao mesmo tempo em
que simples; e o fato de ser uma leitura rápida, deliciosa. O livro pode ser
classificado como juvenil, mas não se restringe à idade. Vale a pena dar
uma chance e se encantar pela história!
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